DISLEXIA
A dislexia é um transtorno específico de aprendizagem de origem neurobiológica, caracterizada por dificuldade no reconhecimento preciso e/ou fluente das palavras e pela baixa habilidade de decodificação e soletração. Essas dificuldades geralmente derivam de um déficit no componente fonológico da linguagem, muitas vezes surpreendente, quando comparado a outras habilidades cognitivas e ao acesso à aprendizagem. Consequências secundárias podem incluir dificuldades na compreensão de texto e pouca experiência de leitura, podendo impedir o desenvolvimento do vocabulário e do conhecimento geral. (2002) - Definição da Associação Internacional de Dislexia
Normalmente, os disléxicos estão atrasados na leitura e na escrita, com relação a seus colegas, em dois anos, no mínimo (se a criança tem mais de 10 anos), e em um ano e meio ( se tem menos de 10 anos).
Na EDUCAÇÃO INFANTIL ( 0 a 6 anos), observam-se:
- Certa lentidão no desenvolvimento das habilidades da fala e linguagem expressiva;
- Dificuldade em tarefas que exijam habilidades de consciência fonológica, tais como dividir uma palavra em pedaços e brincar com rimas;
- Dificuldade para conhecer as letras e evocar palavras ( vocabulário restrito).
No PERÍODO ESCOLAR, observam-se:
- Desempenho inferior nas tarefas de consciência fonológica;
- Déficits na nomeação rápida;
- Dificuldades em aprender a ler e a escrever;
- Memória verbal de curto prazo deficiente;
- Dificuldade para aprender sequências comuns ( dias da semana, meses do ano);
- Dificuldades para aprender língua estrangeira.
Na FASE ADULTA, observam-se:
- Tendência de leitura lenta, embora alguns sejam capazes de ler corretamente;
- Dificuldade com a ortografia e a produção textual;
- Dificuldade para aprender língua estrangeira.
Considerando que é no ambiente escolar que as dificuldades aparecem de forma crucial, que as condições intelectuais estão preservadas e que não há cura plena para esse transtorno, uma das tarefas mais importantes é garantir uma série de adaptações pedagógicas na escolaridade.
- Atitudes
- Explicar ao disléxico que seu problema é conhecido e que será feito o possível para ajudá-lo.
- Dar-lhe uma atenção especial e encorajá-lo a perguntar em caso de alguma dúvida.
- Comprovar sempre que o material oferecido para ler é apropriado para o seu nível leitor (compatível com sua velocidade de leitura de palavras por minuto).
- Destacar sempre os aspectos positivos em seus trabalhos e não o fazer repetir um trabalho escrito pelo fato de tê-lo feito mal.
- Evitar que tenha de ler em público.
- Aceitar que se distraia com maior facilidade que os demais, posto que a leitura lhe exige um superesforço.
- Nunca o ridicularizar e não permitir que os colegas o façam.
- Proposta de ação pedagógica
- Ensinar a resumir anotações que sintetizam o conteúdo de uma explicação.
- Permitir o uso de meios informatizados e de corretores.
- Permitir o uso da calculadora, já que muitos têm dificuldade para memorizar a tabuada.
- Permitir o uso de gravadores de áudio.
- Usar matérias que permitem visualizações (figuras, gráficos, ilustrações) para acompanhar o texto impresso.
- Evitar, sempre que possível, a cópia de textos longos do quadro fornecendo-lhe uma fotocópia.
- Diminuir os deveres de casa envolvendo leitura e escrita.
- Avaliação Escolar
- Prever tempo extra como recurso obrigatório. Como o disléxico não automatizou a leitura, precisará ler pausadamente, com muito esforço. Ele precisa utilizar o contexto para entender o significado da palavra.
- As instruções devem ser fornecidas de forma breve e objetiva, evitando confusões. O professor deve se certificar de que o disléxico entendeu o que deve ser feito.
- Valorizar sempre os trabalhos pelo seu conteúdo e não pelos erros de escrita. Infelizmente, não adianta o professor apontar o erro, pois o disléxico tem muita dificuldade para memorizar a grafia correta.
- Permitir o uso da calculadora.